Completando 400 anos, a igreja de Nossa Senhora da
Apresentação foi construída por centenas de índios em 1613 liderados pelo
jesuíta Gaspar da Costa. A igreja é a mais antiga da cidade e guarda em suas
paredes de pedra e cal a história da Baixada de Irajá, uma região que engloba
ainda Madureira, Inhaúma e parte de Jacarepaguá e Campo Grande.
A igreja é testemunha de como a região era importante
para a cidade naquela época. A região abastecia o Rio com comida e era
produtora de açúcar. Provavelmente, a construção da igreja foi patrocinada por
um dono de engenho, (havia na região em torno dessa igreja cerca de 15
engenhos).
Segundo o pesquisador Ronaldo Luiz-Martins, do Instituto
Histórico e Geográfico da Baixada de Irajá, hoje ela é a igreja mais antiga de
toda a cidade do Rio, levando-se em conta a manutenção do prédio original.
Ao longo dos anos a igreja foi sendo ampliada. Em 1747,
ganhou uma torre sineira e uma capela-mor, onde fica o altar atual e, no século
20, teve a cúpula trocada. Mas as paredes de quase um metro de largura denotam
a construção de quatro séculos de idade, de pedras empilhadas, coladas com cal
e óleo de baleia. O peso da estrutura é tanto que existem arrimos (espécie de
suporte), para manter as paredes de pé. Além dessa igreja, somente o Convento
do Carmo, no Centro Rio, conserva essa característica até hoje.
No templo, que á a terceira paróquia criada na cidade do
Rio de Janeiro e uma das primeiras do país, a história está por toda parte,
inclusive por debaixo do piso, onde os corpos dos ricos locais foram sepultados
por mais de 300 anos. Honório Gurgel, o pai daquele que empresta o nome ao
bairro, é um deles.
Apesar de todo o valor que guarda dentro de sua nave, a
história da Igreja de Nossa Senhora da Apresentação é quase desconhecida.
O diferencial da Igreja de Nossa Senhora da Apresentação
está em suas paredes, que são as mesmas há 400 anos, bem como a pia batismal e
o portal –datado de 1613.
(Altar com imagem de Nossa Senhora)
Antes dela, existiram as Igreja da Candelária, demolida e
reconstruída em 1811 e uma outra igreja perdida com a derrubada do Morro do
Castelo.
Levando em consideração as naves originais, a segunda
mais antiga é a Igreja de Santo Antônio, no Largo da Carioca, de 1620. A
terceira é a Igreja de São Gonçalo do Amarante, em Camorim, datada de 1625. A
quarta mais antiga é a dedicada à Nossa Senhora do Desterro, em Pedra de
Guaratiba, de 1629. A quinta fica no Centro, no Mosteiro de São Bento, sendo
dedicada à Nossa Senhora de Montserrat, iniciada em 1633 e concluída em 1671.
(Igreja de Santo Antônio – Largo da Carioca)
(Igreja de São Gonçalo do Amarante, em
Camorim)
(Igreja de Nossa Senhora do Desterro, em
Pedra de Guaratiba)
(Igreja de Nossa Senhora de Montserrat, no
Mosteiro de São Bento, Centro)
(Reportagem
publicada no Jornal Extra de 4 de agosto de 2013)
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