quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Igreja de Nossa Senhora da Apresentação, em Irajá, é a que tem o prédio mais antigo de toda a cidade do Rio de Janeiro





Completando 400 anos, a igreja de Nossa Senhora da Apresentação foi construída por centenas de índios em 1613 liderados pelo jesuíta Gaspar da Costa. A igreja é a mais antiga da cidade e guarda em suas paredes de pedra e cal a história da Baixada de Irajá, uma região que engloba ainda Madureira, Inhaúma e parte de Jacarepaguá e Campo Grande.
A igreja é testemunha de como a região era importante para a cidade naquela época. A região abastecia o Rio com comida e era produtora de açúcar. Provavelmente, a construção da igreja foi patrocinada por um dono de engenho, (havia na região em torno dessa igreja cerca de 15 engenhos).
Segundo o pesquisador Ronaldo Luiz-Martins, do Instituto Histórico e Geográfico da Baixada de Irajá, hoje ela é a igreja mais antiga de toda a cidade do Rio, levando-se em conta a manutenção do prédio original.
Ao longo dos anos a igreja foi sendo ampliada. Em 1747, ganhou uma torre sineira e uma capela-mor, onde fica o altar atual e, no século 20, teve a cúpula trocada. Mas as paredes de quase um metro de largura denotam a construção de quatro séculos de idade, de pedras empilhadas, coladas com cal e óleo de baleia. O peso da estrutura é tanto que existem arrimos (espécie de suporte), para manter as paredes de pé. Além dessa igreja, somente o Convento do Carmo, no Centro Rio, conserva essa característica até hoje.
No templo, que á a terceira paróquia criada na cidade do Rio de Janeiro e uma das primeiras do país, a história está por toda parte, inclusive por debaixo do piso, onde os corpos dos ricos locais foram sepultados por mais de 300 anos. Honório Gurgel, o pai daquele que empresta o nome ao bairro, é um deles.
Apesar de todo o valor que guarda dentro de sua nave, a história da Igreja de Nossa Senhora da Apresentação é quase desconhecida.
O diferencial da Igreja de Nossa Senhora da Apresentação está em suas paredes, que são as mesmas há 400 anos, bem como a pia batismal e o portal –datado de 1613.

(Altar com imagem de Nossa Senhora)

 Antes dela, existiram as Igreja da Candelária, demolida e reconstruída em 1811 e uma outra igreja perdida com a derrubada do Morro do Castelo.
Levando em consideração as naves originais, a segunda mais antiga é a Igreja de Santo Antônio, no Largo da Carioca, de 1620. A terceira é a Igreja de São Gonçalo do Amarante, em Camorim, datada de 1625. A quarta mais antiga é a dedicada à Nossa Senhora do Desterro, em Pedra de Guaratiba, de 1629. A quinta fica no Centro, no Mosteiro de São Bento, sendo dedicada à Nossa Senhora de Montserrat, iniciada em 1633 e concluída em 1671.

 (Igreja de Santo Antônio – Largo da Carioca)

  (Igreja de São Gonçalo do Amarante, em Camorim)

  (Igreja de Nossa Senhora do Desterro, em Pedra de Guaratiba)

  (Igreja de Nossa Senhora de Montserrat, no Mosteiro de São Bento, Centro)

 (Reportagem publicada no Jornal Extra de 4 de agosto de 2013)

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