Semana Santa

QUARESMA
"QUARESMA É O TEMPO DA ESPERANÇA"
(Papa Francisco)


Na Semana Santa, A Igreja Católica celebra os mistérios da salvação, levados a cumprimento por Jesus Cristo nos últimos dias de Sua vida, a começar pelo Seu ingresso messiânico em Jerusalém. O tempo da Quaresma, o período de 40 dias, cujo início é na Quarta-feira de Cinzas, continua até a Quinta-feira Santa. A partir da Missa Vespertina da Quinta-feira (Ceia do Senhor) inicia-se Tríduo Pascal, que abrange a Sexta-Feira Santa da Paixão do Senhor e o Sábado Santo. E tem o seu ápice na Vigília Pascal e no Domingo da Ressurreição.
A Quaresma é o tempo litúrgico de conversão, que a  Igreja marca para nos preparar para a grande festa da Páscoa. É tempo para nos arrepender de nossos pecados e de mudar algo em nós para sermos melhores e podermos viver mais próximos de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Ao longo deste tempo, sobretudo na Liturgia do Domingo, fazemos um esforço para recuperar o ritmo e estilo de verdadeiros fiéis que devemos viver como filhos de Deus. É um período de retiro espiritual, onde cada um deve recolher-se e meditar sobre os mistérios da salvação em busca de um novo caminho para a própria vida e também para a sociedade.
Nesse período, Cristo nos convida a mudar de vida e a Igreja nos convida a viver a Quaresma como um caminho para chegarmos a Jesus Cristo, escutando a Palavra de Deus, orando, compartilhando com o próximo e praticando boas obras. Convida-nos a viver uma série de atitudes cristãs que nos ajudam a parecer mais com Jesus Cristo, já que por ação do pecado, nos afastamos mais de Deus.
Por isso, a Quaresma é o tempo do perdão e da reconciliação fraterna, embora cada dia, durante a vida, devemos retirar de nossos corações o ódio, o rancor, a inveja, enfim, tudo que se opõem a nosso amor de Deus e aos irmãos.
Na Quaresma, aprendemos a conhecer e apreciar a Cruz de Jesus. Com isto aprendemos também a tomar nossa cruz com alegria para alcançar a glória da ressurreição.
A cor litúrgica deste tempo é o roxo, que significa luto e penitência. É um tempo de reflexão, de penitência, de conversão espiritual; tempo de preparação para o mistério Pascal.

Domingo de Ramos

O Domingo de Ramos é a porta de entrada para a Semana Santa. A festa de Ramos com hosanas e saudações, prefigura a vitória de Cristo sobre a morte e o pecado, mas a hora definitiva ainda chegará ...
Jesus vai ao encontro da Paixão com plena consciência e aceitação livre. Tem o poder de solicitar legiões de anjos que venham em seu auxílio, mas renuncia ao uso deste poder. Ele veio trazer a paz ao mundo, escolhe o caminho da humildade, a vontade do Pai se realizando.
Jesus entra em Jerusalém em clima de festa. Parece que Ele quer mesmo isso porque arma a cena que reproduz direitinho a profecia de Zacarias (o rei dos judeus virá como rei pacífico, montado num jumentinho, não numa montaria de guerra). É aquela aclamação. O povo festejava na expectativa de ter finalmente o prometido descendente de Davi, que ia reconduzir Israel a uma situação de vitória até maior do que as glórias idealizadas do passado. "Hosana ao filho de Davi", clamavam.

Quinta-Feira Santa


É o primeiro dia do TRÍDUO PASCAL, o mais importante período do calendário litúrgico.
A QUINTA-FEIRA SANTA é o nome dado ao dia em que Jesus celebrou a Páscoa judaica com Seus discípulos, esse evento também é conhecido como a Última Ceia. Dois eventos importantes são o foco da Quinta-Feira Santa. Em primeiro lugar, Jesus celebrou a Última Ceia com Seus discípulos e assim instituiu a Eucaristia, quando na Ceia o pão e o vinho se transformaram no Corpo e no Sangue de Jesus. Ele instituía, assim, a Comunhão.
Em segundo lugar, Jesus lavou os pés dos discípulos como um ato de humildade e serviço, criando assim um exemplo de que devemos amar e servir um ao outro em humildade (João 13,3-17). A Igreja Católica realiza uma cerimônia de lavagem de pés na Quinta-Feira Santa para comemorar Jesus lavando os pés dos Seus discípulos.
A Quinta-Feira Santa também se refere ao comando que Jesus deu aos discípulos na Última Ceia o de que eles deveriam amar e servir uns aos outros. Deu portanto um novo mandamento: AMAI-VOS UNS AOS OUTROS COMO EU VOS AMEI.

Sexta-Feira Santa

Nesse dia, a igreja celebra e contempla a morte de Cristo. É o único dia que não se celebra a Eucaristia.
É o dia de celebrar o Sacrifício Redentor de Nosso Senhor Jesus Cristo pela salvação de nossas almas.
Este é o segundo dia do Tríduo Pascal. O que Jesus realizou ontem nos ritos da Santa Ceia, Ele hoje realiza na dureza e angústia da Cruz: entregou-se totalmente por nós, consumou por nós a sua vida, numa total entrega ao Pai, o que nos reconcilia com Ele. Hoje, o verdadeiro cristão católico jejua e se abstém de carne.
A Liturgia de hoje é solene e dramática. O Altar é desnudo, sem nenhum ornamento. De fato, não há palavras para exprimir o imenso Mistério que celebramos: o Filho eterno, Deus Santo, Vivo e Verdadeiro, nesta Tarde Sacratíssima, por cada um de nós se entregou à morte, - e morte de cruz!
Mesmo sendo Deus e Filho de Deus, o Cristo aprendeu o que significa a obediência a Deus a partir da experiência humana, até as últimas consequências. Eis aqui uma realidade que jamais poderemos compreender totalmente! O Filho Eterno, o Filho que viveu sempre na intimidade do Pai, o Filho infinitamente amado pelo Pai, no seu caminho neste mundo aprendeu a descobrir, a cada dia, a vontade do Pai Celeste e a ser a ela obediente! Mais ainda: esta obediência lhe custou lágrimas, angústias, humilhação, dores e sofrimento extremo! Toda a existência do Senhor Jesus foi uma total dedicação ao Pai, uma absoluta entrega, no dia-a-dia, das pequenas coisas...

"Mas, na consumação de sua vida, tornou-se causa de salvação eterna para todos os que lhe obedecem". Isto é, tornado perfeito na obediência, consumando toda a sua existência humana de modo amoroso e total, entregando-se ao Pai por nós, Ele se tornou causa da nossa salvação, de nossas relações humanas, de nossas alegrias e sofrimentos. Nesta santíssima Sexta-Feira da Paixão, somos convidados a não somente contemplar, admirados, a entrega total do Filho ao Pai amado, mas também somos chamados a participar dessa mesma entrega. É assim que Cristo é a causa de salvação para nós!

Sábado Santo

É o terceiro dia do Tríduo Pascal.
No Sábado Santo honra-se a sepultura de Jesus Cristo e Sua descida à mansão dos mortos. Depois do sinal do Glória, começa-se a honrar Sua gloriosa Ressurreição.
A noite do Sábado Santo, denominada também, Vigília Pascal, é especialíssima e solene.
É considerada "a mãe de todas as santas vigílias", pois nesta a Igreja mantém-se de vigia à espera da Ressurreição do Senhor, a consumação de toda a nossa fé, e celebra-a com os Sacramentos da Iniciação cristã.
Esta noite é "uma vigília em honra do Senhor" (Ex 12,42). Assim ouvindo a advertência de Nosso Senhor no Evangelho (Lc 12,35), aguardamos o retorno do Cristo, tendo nas mãos velas acesas, para que ao voltar nos encontre vigilantes e nos faça sentar à Sua Mesa.
A vigília desta noite é assim dividida:
1) Celebração da Luz;
2) A meditação sobre as maravilhas que Deus realizou desde o início pelo seu povo, que confiou em Sua Palavra e em Sua Promessa;
3) O nascimento espiritual de novos filhos de Deus através do Sacramento do Batismo;
4) E por fim a tão esperada Comunhão Pascal, na qual rendemos ação de graças a Nosso Senhor por Sua Gloriosa Ressurreição, na esperança de que possamos também nós ressurgir como Ele para a vida eterna.
O final do Sábado Santo, com seus três aspectos do mesmo e único Mistério Pascal: Morte, Sepultamento e Ressurreição de Jesus, está no ápice do Tríduo Pascal. Primeiro está a Morte na Sexta-Feira; depois Jesus no túmulo, no Sábado; e, em seguida, a  Ressurreição, no Domingo, iniciada, porém, na noite de Sábado, por isso dito "Sábado de Aleluia", na Vigília Pascal.
Esta Celebração ostenta o caráter de extremo júbilo e magnificência, em forte contraste com a mágoa intensa da Sexta-Feira Santa. Vemos agora os altares e os celebrantes paramentados, em grande gala. Ecoam as notas alegres do Gloria in Escelsis, unidas ao eco dos sinos festivos! O Aleluia, não mais ouvido desde o início da Quaresma, ressurge após a Epístola. -Essa é na realidade a Missa da madrugada da Páscoa. É a celebração, por assim dizer, da AURORA DA RESSURREIÇÃO.

Domingo de Páscoa

A Festa da Páscoa é considerada a mais importante de todas as Festas do calendário litúrgico. Vivemos o Ciclo Pascal, que celebrou de modo particular, a vida de Jesus nos aspectos de Sua Paixão, Morte (Quaresma) e Ressurreição (Páscoa).
A Páscoa traz para nós uma grande oportunidade de vivermos a nossa história seguindo os passos de Jesus.
O nome Páscoa quer dizer passagem. Para nós, a Páscoa é sempre sinal de passagem de uma vida antiga ou velha, mergulhada na experiência das trevas que nos levam ao pecado, para uma realidade restaurada, que nos convida a viver à luz do Cristo que ressuscitou e está no meio de nós.
A Páscoa foi celebrada na noite do Sábado Santo, na celebração da Vigília Pascal, expressão maior desta solenidade. A festa da Páscoa não deve ser celebrada em apenas um dia, mas deve ser duradoura em nossas vidas.
Por tempo Pascal no sentido estrito, entende-se o que vai da Quinta-feira Santa, início do Tríduo Pascal, até no domingo de Pentecostes, festa do Espírito Santo. Na celebração da Vigília Pascal abençoa-se o Fogo Novo e se acende o Círio, que permanecerá aceso durante todo este tempo em nossas igrejas, como expressão maior da Luz de Cristo, que ilumina as nossas vidas.
Portanto, celebrar a Páscoa de Jesus Cristo, é proclamar a Boa Nova da Salvação. O sepulcro está vazio, Ele não está lá, Ressuscitou. Abramos o coração para que nele Jesus possa entrar e fazer a sua morada em nossas vidas, nos levando sempre a observância e a prática de Suas palavras e ações.

Pe. Alex de Paiva Ribeiro - Pároco
Paróquias São Francisco de Assis e Santo Antônio
Nova Friburgo - RJ
Semana Santa 2018


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